MEU JULGAMENTO
Um arco-íris exibiu os portões dos Céus
Na entrada um enorme templo a Deus
Abaixo nos mares o tom azul-marinho
O vento à superfície arrastava um ninho.
Notei a magia realçada no doirado do Sol
Na noite esse reflexo enfeitiçava a Lua
Vi piruetas à luz pela rotação do girassol
Vagueei como um boémio solitário na rua.
Senhor, se querias de mim um homem santo
Desterravas-me para um longínquo convento
Ouviria meu pranto entre o silvar do vento
Numa estepe inóspita dum frio isolamento.
Se me tivesses cedido as asas da liberdade
Eu teria sido uma águia veloz e de respeito
Por onde passasse deixaria minha saudade
Doando o amor que me incutiste no peito.
Quis o destino ver-me homem na Terra
Agredindo sem cuidado a vida na natureza
Por me ter envolvido no teatro da guerra
Contribuí para deteriorar a sua grandeza.
Agora que me julgam por tal acção…
Não consigo avaliar todos esses pecados
Foram intencionais mas podem ter punição
A lei do Karma tem-nos bem classificados!
Rui Pais
23/10/2010
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