NO CAMINHO DE DEZEMBRO 2012
Pela primeira vez em 26 mil anos, nosso Sol e, por implicação, a Terra, estarão alinhados com a fenda escura de nossa galáxia, a Via Láctea. Esse caminho de poeira interestelar era conhecido como a "estrada negra" pelos Maias e nos leva directamente para o centro galáctico.
De acordo com os povos antigos, que observaram os céus noite após noite, a Via Láctea representa a Grande Mãe e a Grande Serpente, ambos sinónimos de morte e renascimento, ingredientes essenciais de transformação. A fenda escura é vista como um símbolo tanto da vagina aberta da Mãe quanto da boca aberta da Serpente. Qualquer que seja o símbolo, a mensagem é a mesma: esse é o portal através do qual nascemos e é para lá que retornaremos ao morrer.
Raramente houve um tempo mais importante para se compreender essa verdade à medida que completamos a última fase daquilo que os maias conheciam como o mundo do quarto Sol e esperamos pelo nascimento de todo um novo mundo em 21 de Dezembro de 2012. Metaforicamente, estamos agora inextrincavelmente sendo arrastados cada vez mais ao longo da estrada obscura sob o controle do buraco negro localizado no centro galáctico. Estamos nos estertores da morte da velha era, e o holograma que chamamos de realidade está se dissolvendo levando muitos a experimentar a "ansiedade do desconhecido" frequentemente traduzido como "caos".Ao mesmo tempo, todas as nossas criações dos últimos 26 mil anos estão retornando a nós para que possamos juntar as pepitas douradas de sabedoria e liberar a carga das histórias circundantes. Por esse processo, nossa luz interior se torna mais forte, facilitando nossa passagem pela fenda escura até que tenhamos entrado no centro galáctico e no mistério nele contido.
Para os povos indígenas, esse centro representa o coração da Grande Mãe.
Era para lá que os sacerdotes-reis e os xamãs viajavam para receber os "insights" e a sabedoria que poderia ser traduzida em realidade para o bem-estar da Terra e de seu povo. Ele é visto como o portal para a realidade multidimensional, mundos paralelos, o vazio, o lugar do nada e o oceano de possibilidades, acessível no passado apenas para a elite ou aqueles em estados de profunda meditação. Agora, nesse tempo extraordinário, suas riquezas estão disponíveis para todos nós, se conseguirmos sair de nossos padrões de crença limitadores e reacendermos a inocência e alegria que permite nos harmonizarmos com o pulso da Grande Mãe.
Nos últimos 2 mil anos, muita atenção foi dada à face masculina da divindade embora seja verdade que o processo de transformação só pode ocorrer com a total cooperação do feminino divino dentro de nós.
Somente o feminino divino pode fornecer o vaso alquímico que abarca o mistério de morte e renascimento, qualidades que o aspecto masculino frequentemente teme e tenta evitar a todo custo. Mesmo nos países aparentemente liberados, a face total do feminino geralmente ainda está oculta. Nas tradições mais antigas, a Grande Deusa foi reverenciada, mesmo os deuses curvavam a cabeça na presença dela.
Há muitas histórias mitológicas que exemplificam sua importância, embora o conto a seguir seja proveniente de tempos relativamente modernos. Durante a criação da Constituição Iroquois, que se tornou a base da Constituição dos Estados Unidos, foi decidido que os chefes seriam escolhidos pelas mulheres da tribo. Esse raciocínio emergiu da profunda compreensão de que apenas as mulheres conheciam o coração dos homens, apenas as mulheres estavam conectadas à abundância da Terra, apenas as mulheres conheciam o sentimento de enterrar seus amados e apenas as mulheres poderiam decidir se qualquer batalha ou guerra valeria o custo de uma vida. Imagine a reforma global que ocorreria, tanto na política quanto na religião, se "apenas" as mulheres votassem.
A face feminina do divino geralmente é descrita pelas culturas antigas como a Deusa Tripla, compreendendo a Virgem, a Mãe e a Velha. Cada uma é vista como tendo um papel particular no processo criativo.
A definição precisa dessa energia arquetípica é "ser completa em si mesma".Tal estado de completude torna possível compreender por que, na mitologia, a Virgem é frequentemente citada como solteira pois "ela não tem necessidade do outro para torná-la inteira".Suas roupas brancas enfatizam sua capacidade de irradiar autenticidade; nada permanece na sombra e todos os aspectos do eu são abraçados em nome do amor. m essência, qualquer pessoa que exemplifique a Virgem é uma ameaça para aqueles que controlam os outros pela manipulação, humilhação, culpa e medo, pois ela não pode ser coagida pela chantagem emocional. É por essa razão que, nos últimos 2 mil anos, uma imagem tem sido frequentemente corrompida, sendo retratada como imatura e não maculada pelas alegrias da vida.
Contudo o impacto da Virgem sobre nossa existência não pode nunca ser apagado. Ela é o nosso eu superior que transporta o projecto espiritual que escolhemos manifestar durante essa vida. Seu maior desejo é que cheguemos a amar e aceitar todos os aspectos de nós mesmos, de modo que possamos também irradiar a pura luz da autenticidade.
Com isso em mente, ela nos fala por meio da pequena voz da intuição, ajudando-nos a navegar nosso caminho em meio aos turbilhões da ilusão e ao redor das pedras da estagnação. Ela fornece orientações simples para nos ajudar a manter o foco na realização do destino de nossa alma.
A Virgem nunca nos abandona, permanecendo connosco durante os momentos mais escuros, quando dúvidas ou temores quase nos derrotam, ou quando surgem encruzilhadas em nossa vida. Ela conhece intimamente nosso projecto e gentilmente nos empurra em dilecção ao destino de nossa alma. Isso é mais profundo do que podemos imaginar, pois a Virgem tem um papel muito profundo, identificado, nos contos mitológicos de Roma, com as vestais e as sacerdotisas da Virgem Brígida, na Irlanda. Essas jovens mulheres eram especialmente treinadas para serem as guardiãs do fogo familiar e, em particular, para guardar o "fogo perpétuo",o qual nunca era permitido extinguir.
Os romanos e outros povos antigos adoravam o coração, seja de um indivíduo, seja de uma civilização, sabendo que sem ele o crescimento e a criatividade rapidamente estagnariam, levando à morte do organismo. Eles sabiam que o coração era mais do que uma simples bomba, e viam-no como um transformador de energia que transportava um indivíduo ou uma cultura através dos vários domínios da multidimensionalidade, até que se pudesse escolher viver fora dos limites de tempo e espaço e conhecer a imortalidade. A maioria de nós experimentou tal liberdade em momentos de alegria, de felicidade profunda e no estado de graça do começo do amor. O tempo parece parar, nossas sensações tornam-se intensas, as cores ficam mais brilhantes e nos sentimos como se a abundância do mundo nos estivesse sendo oferecida em uma bandeja.
É esse mesmo estado de consciência que estamos encarando anualmente, conforme nos alinhamos com o coração da Grande Mãe no centro da galáxia. Tudo o que é necessário é fornecer à ela amor suficiente para alimentar o fogo, que agirá como o ímpeto para a nossa viajem ao vazio atemporal, com seu oceano de possibilidades. E é aí que entra a Virgem. O maior interessa dela é que vivamos em completude - onde há fusão entre vida nossa interior e exterior e entre nosso mundo do espírito e da matéria. Ela sabe que, conforme manifestamos na realidade cada aspecto de nosso projecto espiritual e, depois, atraímos sua essência para nosso coração em nome do amor, nosso fogo torna mais brilhante nosso corpo de luz, e podemos nos mover com facilidade entre as dimensões. As cargas que impedem tal movimento incluem a bagagem que trazemos do passado, histórias não terminadas, ilusões do futuro e ligação com a crença de que controlamos nossa vida. É por meio da orientação da Virgem que, finalmente, liberamos nossa realidade redundante e adentramos o desconhecido para, uma vez mais, sermos aquecidos por nosso fogo perpétuo...
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