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terça-feira, 13 de setembro de 2011

OS MESTRES DE SABEDORIA - O HOMEM PERFEITO





OS MESTRES DE SABEDORIA
– O Homem Perfeito –
Parte 1 C. W. Leadbeater Theosophical Publishing House Adyar, Madras, Índia
Publicado por Atama Moriya
Neste texto publicado por Leadbeater em 1918, portanto há 90 anos atrás, encontramos umas da mais belas pérolas da Teosofia. Muito embora algumas explicações mais detalhadas tenham sido dadas pelo Prof. JHS posteriormente, o texto em si guarda uma extraordinária informação que apesar destas décadas passadas ainda assim é um saber à frente do tempo para a grande maioria, mas é sempre tempo de expandir o conhecimento no sentido de nos aprimnorarmos no eterno “conheça-te a ti mesmo” até para que consigamos ampliar nossas próprias convicções, pelas quais cada um vive, ou seja, viva sempre com as suas próprias convicções e não as convicções do outros.
Quando finalmente você for capaz e maduro mentalmente de criar suas próprias convicções pessoais, você para imediatamente de criticar as conclusões de outros, posto que você estará seguro de suas próprias e não viverá as sob convicções dos outros.
Não estamos aqui para moldar ninguem, convencer ninguem sobre coisa alguma, cada um deve de maneira inteligente colher um dado aqui outro acolá e usando a sua mente elaborar seus próprios pensamentos e verdades pessoais, mesmo que relativas no tempo.
O respeito aos pensamentos, idéias e modos de vida de cada um é o princípio básico da evolução dos seres humanos na sociedade, e isto se fosse levado a efeito de fato tornaria a convivência entre os humanos pacífica, mesmo na total diversidade que é a mola que constroi a evolução, e já teria evitado tantas e tantas lutas e guerras absolutamente “burras” sob o ponto de vista de objetivos da vida em sociedade.
momento tão conturbado em que vivemos com tantas incongurências e extremismos, a busca da paz, do equilíbrio, da fraternidade entre os humanos se faz extremamente imprescindível para encontrarmos o caminho da liberdade individual.
O ensaio de Leadbeater
“A existência do Homem Perfeito é um dos mais característicos, e também um dos mais encorajadores ensinamentos da Teosofia. Ele deriva, se formos analisar, das doutrinas da Evolução e da Reencarnação. É perfeitamente claro que, se o espírito do homem está constantemente se desdobrando; se ele retorna tantas vezes em novos corpos, cada qual de uma ou outra forma ligeiramente melhor do que o precedente; se podemos ver, como de fato vemos, homens em todos os níveis, em todos os degraus desta escada evolutiva; então certamente é claro que este processo de evolução não termina conosco.
Certamente tem havido homens de todas as maneiras superiores a qualquer um de nós, e também estes homens foram exemplares da evolução humana, e se eles ainda continuam em evolução seguramente ainda devem ser muito maiores do que nós. Onde, pois, estão estes homens tão nitidamente superiores a nós?
Este esquema de evolução deve ter certos estágios definidos, e deve ter uma meta. Por analogia, a probabilidade seria que tivesse diversas metas, isto é, uma meta imediata e uma meta derradeira, esta última mais difícil de entender, pois não podemos ver qualquer razão especial por que este processo deva terminar em algum momento, mas de toda forma provavelmente haja alguma meta imediata, cuja conquista representaria como que a flor da humanidade — na forma em que ela se apresenta hoje. Se for assim, deve haver então alguns que a tenham alcançado, certamente deve haver muitos que se aproximam dela mais do que nós até agora. Em todas as épocas ouvimos falar de grandes homens; a igreja, por exemplo, nos conta sobre seus grandes santos do passado.
Estes Homens Perfeitos são santos, mas também muito mais que santos, pois são homens que realizaram tudo o que há para realizar. Como é dito em A Luz da Ásia, eles completaram o propósito daquilo para que se tornaram Homens, e por isso agora são mais que homens. São super-homens, e estão entrando em uma etapa de evolução mais elevada do que qualquer uma que conhecemos.
Pois o sistema de evolução é que a Mônada, que é uma centelha do fogo divino, desce à matéria. Nenhuma palavra que possamos usar é estritamente aplicável a esta Mônada;
ela permanece além de todos os nossos poderes de expressão, mas chegaremos talvez um pouco mais perto dela se a chamarmos simplesmente de um fragmento da Divindade.
Na verdade não pode haver nenhum fragmento naquilo que é onipresente, mesmo assim, imagino que nenhum outro termo seja mais enganoso. A Mônada tem sido chamada de um reflexo da Deidade, mas é muito mais que um mero reflexo, e para nosso entendimento limitado o termo fragmento expressa mais a realidade do que esse outro. Mas é claro que, devo admitir, é um termo bastante falho para se usar. Então este fragmento, sendo um fragmento do Divino, tem em si, em potência, toda a bondade, toda a perfeição.
O que ele tem de fazer quando entra no curso de tal evolução é expressar tudo isso. Assim como é, por mais Divino que seja, ele parece ser incapaz de atuar aqui nos planos inferiores. Ele precisa descer à matéria a fim de como que obter nitidez, exatidão e uma compreensão dos detalhes físicos. Ele já deve saber muito mais do que nós cá embaixo podemos saber a respeito do infinito, do lado superior e grandioso de tudo, e mesmo assim aparentemente não possui o poder de captar os detalhes físicos aqui embaixo, o poder de atuar na matéria física com nitidez e precisão. Ele só pode descer até certo nível.
Até onde nos interessa, neste sistema solar ele só desce até o segundo de nossos planos. Em Teosofia falamos de certos planos ou subdivisões da matéria; destes temos sete, e contando de cima para baixo esta Mônada desce só até o segundo, e aparentemente é incapaz de penetrar inteira mais abaixo.
Ela pode projetar uma pequena parte de si mesma bastante além, até a parte superior do que chamamos plano mental, que é o quinto a partir de cima; aparentemente só consegue chegar à parte superior deste plano, e então novamente chega ao limite de suas possibilidades. Esta projeção é o que chamamos de Ego. Ele corresponde de perto ao que algumas pessoas chamam de Alma.
Quando o Ego ainda é subdesenvolvido ele precisa de vibrações fortes e relativamente grosseiras para estimulá-lo de início, e como estas não existem em seu próprio plano, ele tem de penetrar até os planos inferiores a fim de encontrá-las.
Portanto, ele faz por sua vez o que fez a Mônada. Ele como um todo não pode descer mais para baixo, mas pode projetar uma pequena parte de si mesmo até o plano físico em que ora vivemos, e a este pequeno fragmento de um fragmento damos o nome de personalidade. Assim esta personalidade mergulha na matéria em nome do Ego, ou Alma, de que é uma parte, e seu objetivo é voltar àquele Ego levando consigo o resultado daquilo que aprendeu a fazer.
Ela, como uma pequena fração daquele Ego, aprende a atuar aqui embaixo, a trabalhar através de um cérebro físico; aprende a atuar nos corpos astral e mental, e logo volta para o Ego levando consigo as capacidades que tiver desenvolvido. A capacidade de responder a um conjunto de vibrações que chamamos de amor, a outro que chamamos de devoção, a outro de simpatia, e assim por diante. Tudo pode ser expresso em termos de vibração, e isso de muitas maneiras é o modo mais científico de abordar o assunto.
De qualquer forma, este fragmento volta muitas vezes para o Ego de onde veio, levando consigo a cada vez poderes levemente mais desenvolvidos. Então chega um tempo no processo de evolução quando o Ego unifica a personalidade consigo mesmo. O indivíduo então entra em um treinamento especial, e a finalidade deste treinamento especial é levá-lo tão logo seja possível ao padrão que é estabelecido para a humanidade neste conjunto particular de mundos por onde estamos evoluindo. Este ciclo particular de evolução em que estamos engajados pretende nos levar a um certo nível definido.
Quando um homem atinge este nível ele terá chegado no estágio em que Ego e Mônada se unificam, quando a Mônada pode usar o Ego simplesmente como um instrumento, a atuar através dele em todos os planos em que esteve evoluindo. Este é o fim da evolução puramente humana, e então um homem fica pronto para o Adeptado. Todos os reinos inferiores, e a evolução que ocorre através deles, são preparatórios para isso que lhes estou explicando, pois lembrem que o Ego só desce quando a individualização acontece.
O que quero dizer por individualização é a entrada de um Ego definido e separado no homem.
Todos nós estamos em algum estágio definido de evolução, certamente alguns à frente de outros, mas em linhas gerais nossa situação é esta: nossos corpos físicos estão já desenvolvidos, e devem estar sob nosso perfeito controle. É claro, sabemos que em muitos casos eles não estão, mas todos reconhecemos que deveriam estar; esta parte da evolução já está realizada. Já desenvolvemos completamente o veículo seguinte, o corpo astral, mas ele não está ainda sob perfeito controle, exceto no caso de poucos indivíduos.
O corpo astral é o veículo da emoção e do desejo, e a maioria da raça humana sem dúvida vive em suas emoções, e para suas emoções e desejos. Há uns poucos que já dominaram este eu inferior e transcenderam todos os desejos, e vivem para propósitos completamente diversos e mais elevados, mas ainda são só poucos, e a maioria das pessoas ainda está no estágio onde devem estar trabalhando para conseguir controle sobre seu corpo de emoções e desejos.
O veículo seguinte, o corpo mental, em todos nós ainda está em processo de desenvolvimento. Seguramente o intelecto já fez muito por nós, mas é capaz de fazer muito mais, e fará muito mais. Nossos corpos mentais ainda estão só parcialmente desenvolvidos, exceto no caso de raríssimas pessoas.
Assim, quando estes três veículos estão subordinados ao Ego, o homem está pronto para entrar naquela forma superior, especial, de treinamento, mas isso não quer dizer, é claro, que aquele que se torna um Iniciado já os desenvolveu em plenitude; certamente não o fez, pois se o tivesse feito, teria chegado ao Adeptado.
Mas o homem que está trilhando a senda deve ter um único objetivo, um único anelo: o de auxiliar a evolução. Quando o caminho de descida até a humanidade tiver se completado, quando o homem tiver conquistado o Adeptado, então ele passa a viver sua vida real, a vida da Mônada, para o que tudo que aconteceu antes foi apenas uma introdução.
Se alguém puder compreender este conceito de evolução, verá de imediato que nossas ações e nossos objetivos em qualquer de nossas vidas só podem ser relativos, só de pequena monta, quando comparados ao todo. Quando uma pessoa pensa que vive apenas uma única vida aqui, é claro que seus objetivos nesta vida única são coisas de real importância para ele, mas quando ele percebe que esta vida única é só um dia em uma vida mais vasta, todas estas coisas que dizem respeito a um só dia se tornam coisas de importância menor.
Porém tal homem, tendo se tornado um Adepto, tendo chegado à meta da vida humana, usualmente descarta todos os corpos materiais, mas conserva o poder de assumir um corpo em qualquer nível sempre que isso for necessário para o trabalho que estiver fazendo, e podemos imaginá-lo como um ser muito semelhante a um anjo. A palavra anjo deriva de uma grega que significa mensageiro.
Os anjos são mensageiros de Deus, e desta forma estas pessoas que são mais que humanas também se tornam Seus mensageiros, e a humanidade terá sido apenas uma etapa que atravessaram a fim de poderem desenvolver o poder de ser Seus mensageiros, e as faculdades requeridas para esta função. A maioria deles, como disse, não possui corpos físicos, e passam completamente para além de nosso alcance, mas alguns destes Homens Perfeitos permanecem em contato com o mundo, a fim de cumprir funções que são necessárias para o progresso da evolução no mundo.
Ao contrário do que muitos pensam, o progresso humano não é deixado a tomar conta de si mesmo, ele está sendo constantemente guiado, com segurança, embora com vagar, ao longo de seu rumo; o progresso é muito lento, este progresso da humanidade através dos séculos, embora seja um progresso definido, e de qualquer forma está seguindo em frente, e à medida que prossegue é decididamente guiado. Sei que o conjunto da evolução se parece a um simples caos quando olhamos aqui de baixo, mas quando observamos de cima vemos que, por mais lento que possa parecer, o progresso é ordeiro.
A conquista da perfeição é uma possibilidade que certamente está diante de toda pessoa no curso de sua evolução, e a qualquer momento dado ela pode voltar sua atenção para esta sua evolução e pode acelerá-la grandemente, se tomar suas rédeas com inteligência.
Alguns poucos daqueles Homens grandes e aperfeiçoados permanecem na retaguarda a fim de preencher os postos relacionados com a direção dos diferentes desenvolvimentos da evolução terrena.
Dentre este pequeno grupo um número ainda menor dispõe-se a tomar aprendizes, a tomar homens que pensam como eles, e a treiná-los para fazerem o trabalho que eles mesmos fazem.
Aqueles que já chegaram a este nível, até onde diz respeito a este mundo, é somente um pequeno grupo de homens; logo se entenderá que eles são homens não de uma única nação, mas de todas as nações desenvolvidas do mundo. Eles são homens que, tendo triunfado, ficam livres das leis que usualmente governam a humanidade — quero dizer com isso as leis que obrigam as pessoas encarnar neste ou naquele lugar. Eles já não estão sujeitos à encarnação, e se tomam um corpo o fazem com o propósito de auxiliar a humanidade, e podem fazê-lo onde e quando bem entenderem. Não tem nenhuma importância especial a raça em que eles escolhem aparecer.
Posso atestar a existência de dezesseis destes Grandes Seres, a quem conheço pessoalmente. Sei de muitos mais além destes, mas estes são os que tenho entrado em contato mais ou menos próximo, e pertencem todos eles à maioria das raças mais avançadas. Quatro deles atualmente usam corpos indianos; dois têm corpos ingleses.
Um dos mais elevados de todos está em um corpo irlandês, dois são gregos, e outros três têm corpos de raças arianas, mas não sei qual foi seu lugar de nascimento. Há outros ainda mais insignes que provêm de uma evolução inteiramente distinta. De modo que se percebe que não há fundamento para a idéia comum de que todos estes Mestres pertencem a uma só raça, nem que neste plano vivem todos juntos como monges em um mosteiro.”

OS MESTRES DE SABEDORIA – O Homem Perfeito – Parte 2 C. W. Leadbeater
Publicado em 4 novembro, 08 por Atama Moriya
Quais são as características peculiares de um Adepto? Seus poderes são muitos e, para nós, maravilhosos, porque ele entende perfeitamente a atuação das muitas leis da Natureza que para nós ainda são um livro fechado. Mas talvez a característica em um Adepto que predomina acima de todas as outras é que ele considera tudo de um ponto de vista mui diverso do nosso.
Ele não possui em absoluto quaisquer desejos ou pensamentos a respeito de si mesmo; ele pensa apenas e absolutamente a respeito do trabalho que ele tem de fazer; ele existe para isso, e sua obra sempre de alguma forma ou outra é auxiliar este processo de evolução; ele existe inteiramente para isso, e não guarda nenhum pensamento sobre si mesmo.
Assim, este é um ponto de vista tão diferente do usual que é de todo difícil para as pessoas o entenderem, mas há alguns entusiastas, que vivem exclusivamente para alguma grande causa com a qual se identificaram, que serão capazes de captar esta idéia, serão capazes de entender que uma pessoa pode verdadeiramente esquecer de si mesmo neste grande trabalho.
Uma outra característica muito notável é o desenvolvimento homogêneo do Adepto. Todos nós, como, imagino, é sabido, somos imperfeitos em nosso desenvolvimento, isto é, usualmente apenas um lado de nosso caráter, apenas um conjunto de qualidades, é muito mais desenvolvido do que os outros.
O Adepto é desenvolvido igualmente em todas as direções, e por causa disso ele sempre nos impressiona por ser uma pessoa realmente maravilhosa, porque é como se ele fosse capaz de nos encontrar em todos os pontos, em todos os assuntos ele é capaz de entender com perfeição.
Muitas vezes nos perguntam: Suponha-se que uma pessoa comum encontre um Adepto, ela saberia que ele é um Adepto? Creio que provavelmente não; ela com certeza saberia que estaria em presença de alguém impressionante, nobre, digno, mas não haveria nenhuma peculiaridade externa definida pela qual ela pudesse adivinhar o fato de que aquele indivíduo é um Adepto. Ela veria nele uma calma, uma benevolência, uma segurança, expressivas da paz que ultrapassa todo o entendimento.
E mesmo assim não haveria nada que o distinguisse de qualquer outro homem bom, exceto, talvez, a sabedoria que ele demonstraria. Ele seria, imagino, mais silencioso que a maioria, pois um Adepto só fala com um objetivo definido, apenas no intuito de encorajar ou ajudar no grande trabalho, e com certeza ele não desperdiça suas forças em conversas ociosas.
Ele seria invariavelmente gentil, contudo teria também um mui fino senso de humor, mas um humor que jamais seria exercido de modo a ferir quem quer que fosse, mas apenas para ajudar alguém em seu caminho, ou de modo geral para fazer alguém ver alguma coisa em sua luz adequada. Uma pessoa sem senso de humor certamente não faria progressos ao longo de linhas ocultas; de fato é uma qualidade muito necessária.
Assim, poderíamos dizer que uma pessoa comum poderia encontrar um Adepto e certamente não o reconhecer como tal; dificilmente ela deixaria de ficar impressionada com ele, mas com certeza poderia não reconhecer seu poder oculto.
Então, a respeito da questão da evidência sobre sua existência, eu mesmo não precisei de evidências sobre isso, porque soube desde logo que se a evolução fosse verdade, e se a reencarnação fosse um fato, deveriam haver tais homens em algum lugar, e não me pareceu de modo algum irracional que alguém pudesse ocasionalmente ser capaz de entrar em contato com eles.
Mas para os que abordam o assunto de maneira um pouco diversa, há fartura de testemunhos disponíveis. Todos nós chegamos a este assunto através do ensinamento de nossa grande fundadora, Madame Blavatsky; ela mesmo deu testemunho de ter visto muitos destes Mestres, de que esteve na casa de um deles, e que encontrou muitos deles repetidamente, e de que em verdade estava em constante comunicação com eles.
O co-fundador, nosso primeiro Presidente, Coronel Olcott, também deu testemunho exatamente da mesma coisa; também ele em muitas ocasiões encontrou estes Mestres, e que os viu tanto astral como fisicamente. Nosso atual Vice-Presidente, Sr. A. P. Sinnett, deu o mesmo testemunho, e também nossa atual Presidente, Sra. Annie Besant. Ela conhece pessoalmente muitos destes Grandes Seres, e pode nos dizer que os tem visto repetidamente sob circunstâncias que eliminam de todo qualquer idéia de engano ou erro de qualquer tipo.
Eu próprio posso dar o mesmo testemunho de que tenho visto um grande número deles, e de que conheço bem de perto e, se posso me arriscar a dizer, até mesmo com intimidade, todos a quem recém acabei de aludir. Muitos de nossos membros têm sido privilegiados em ver um ou dois dos Grandes Mestres, muitos outros têm lembranças deles que dificilmente são definidas o bastante para serem trazidas como testemunho para outrem, embora para o homem ou a mulher que as tem são completamente convincentes.
A única objeção que se levanta contra tais testemunhos é a de que podemos ter sonhado estas coisas, ou podemos ter sido iludidos, e a razão pela qual é possível levantar uma hipótese como esta é que as circunstâncias do caso impedem que encontremos estes Grandes Seres muito amiúde quando tanto nós como eles estamos usando nossos corpos físicos.
É claro que há aqueles que dirão que toda esta idéia Teosófica é uma espécie de fraude, e que dizermos ter visto estes Grandes Seres não passa de uma pretensão. Muitíssimas pessoas não estão seguras a respeito dos testemunhos, porque dizem: “Vocês viram estas pessoas, mas as viram quando estavam em seus corpos astrais, e trouxeram a lembrança disso para seus cérebros físicos. Não sabemos nada a respeito de corpos astrais, nem mesmo estamos certos de que possuímos tais coisas, e não podemos garantir que uma lembrança trazida desta forma seja de fato uma lembrança; parece-nos ser muito mais da natureza de um sonho”.
Mas uma vez que muitos de nós estão, e têm estado por muitos anos, em comunicação diária com estes Grandes Seres, seria com certeza preciso de algum poder sonhador fenomenal, para que todas as nossas experiências deste gênero não passassem de sonhos vívidos.
Amigos Espíritas às vezes me perguntam: “Como vocês sabem que estes seus Mestres realmente existem no plano físico; eles não podem ser, no fim das contas, espíritos de esferas superiores que de alguma forma mesmerizaram vocês, e alegam que vivem no plano físico?”.
Tudo o que posso dizer é que se pudesse haver um domínio tão completo como este, mantido por todos estes anos, suponho que poderia ser daquela forma; não sei se estou em posição de provar qualquer coisa em contrário, porque é claro que segundo esta hipótese poderíamos ser hipnotizados para crer em qualquer coisa.
Se alguma evidência puder ser aceita, eis a evidência de todas aquelas pessoas, e de muitas outras. Estas coisas existem, mas há esta objeção de que grande número das entrevistas acontecem quando estamos em nossos corpos astrais e o Grande Ser em seu corpo físico; às vezes o processo se inverte, quando nós em nossos corpos físicos subitamente encontramos parado ao nosso lado um destes Grandes Seres em forma materializada.
Vocês dirão que também isso poderia ser algum tipo de alucinação. Como eu lhes disse, estes Grandes Seres se mantêm em grande medida à parte da humanidade, simplesmente porque eles podem fazer seu trabalho muito melhor e mais satisfatoriamente quando assim afastados. Vocês podem pensar neles como sendo grandes poderes espirituais, atuando sobre as almas dos homens e não sobre seus corpos.
Verão que tanto a Madame Blavatsky como o Coronel Olcott contam em seus livros que eles mesmos, estando em seus corpos físicos, encontraram alguns destes Grandes Seres também em seus corpos físicos. Um testemunho semelhante é dado por diversos outros escritores.
Eu próprio, por exemplo, posso testemunhar que vi dois destes Grandes Seres quando tanto eles como eu estávamos em nossos corpos físicos. Em um caso eu tive a honra de receber um convite para jantar e passar a noite na casa de um destes Grandes Homens que vive na Índia, de modo que enfim tive a mais cabal prova física sobre sua existência, e como eu havia visto antes o mesmo Grande Ser muitas vezes em corpo astral, encontrá-lo no seu corpo físico foi uma prova adicional.
No caso de um dos Adeptos europeus, tive o privilégio de encontrá-lo em Roma, no Corso. Assim vocês podem ver que há evidência para aqueles que desejam evidência, um testemunho exatamente igual àquele que teríamos a respeito da existência de quaisquer outras pessoas que não tivéssemos visto pessoalmente.
Mas jamais precisei de testemunhos para mim mesmo, por causa do fato de que sinto ser certo que estas pessoas devam existir e, portanto, eu ser informado de que elas existem é apenas exatamente o que seria esperado.
Para mim o interesse sempre se concentrou em como alguém pode aprender com eles; como alguém pode entrar em contato estreito com eles, e ser treinado para ajudar neste trabalho maravilhoso que eles fazem, o adiantamento da evolução da humanidade.
Esta possibilidade nos foi mencionada nos primeiros dias, quando falamos pessoalmente com Madame Blavatsky, e lhe perguntamos: “É-nos possível de alguma forma aprender mais do que isso, podemos de algum modo entrar em contato com estes Grandes Seres de quem a Senhora nos fala, podemos trabalhar para eles?”
Ela disse: “Sim, certamente, mas lembrem que eles não têm favoritos; eles com certeza tomarão uma pessoa e a tornarão um aprendiz, mas apenas se ela prometer ser um aprendiz útil, apenas se ela demonstrar, por seu caráter atual, que depois de ter sido ensinada será capaz de trabalhar como eles trabalham, pois qualquer pessoa que ainda tem em si qualquer coisa de busca pessoal, qualquer pessoa que estiver pensando em seu próprio progresso e não no trabalho a ser feito, com certeza não entrará em contato com eles, tão somente porque seria um desperdício de seu tempo investir em seu treinamento”.
Pois embora seus poderes nos pareçam ser semelhantes aos de um deus, e eles sejam tão maiores que nós em todos os aspectos, e tão mais nobres — mesmo assim o poder de cada Mestre é por fim limitado.
E Madame Blavatsky nos disse que eles são pessoalmente responsáveis pelo uso de tal poder até sua última gota, pelo seu emprego no realmente melhor uso possível para o progresso da evolução. Se ensinado uma pessoa eles pudessem obter um bom instrumento dentro de um tempo razoável, alguém que sob sua orientação fizesse uma grande quantidade de um bem definido no mundo, um bem apreciável para o progresso da evolução, então eles considerariam que valeria a pena investir nesta pessoa a quantidade de tempo necessária para o seu treinamento; mas se eles não achassem que tal pessoa compensaria o transtorno, então considerariam que o tempo gasto em seu ensino não seria gasto da melhor forma possível.
Assim, absolutamente a única forma para qualquer pessoa ser aceita por eles é ir trabalhar e mostrar o que pode fazer para ser altruísta e laboriosa sem o treinamento, é empreender algum trabalho altruísta. Quando ela trabalhar absolutamente sem qualquer pensamento em si mesma, e apenas para uma causa que decididamente é boa para a humanidade, então tal pessoa tem a possibilidade de ser notada e guiada por algum destes Grandes Seres, pois eles estão sempre procurando por aqueles que hão de substituí-los no futuro.
Portanto, todos podem se aproximar deles desta forma, mas não será por nenhuma espécie de favoritismo, será simplesmente por trabalhar e merecer sua atenção. O conhecimento do plano da evolução está disponível para todos nós como Teosofistas; cabe-nos estudar, e se, tendo estudado, e obtido algum tipo de entendimento, desejarmos nos aproximar deles, o caminho está sempre aberto.
Mas estejamos certos de que só podemos chegar a eles nos tornando altruístas assim como eles são, aprendendo a esquecer de nossos eus pessoais e nos devotando, como eles fazem, completamente ao serviço da humanidade.
- fim -

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