MEU MISTÉRIO
Sylvia Cohin
Eu sou Centelha fugaz
O Fruto de uma alquimia
Capricho de leva-e-traz
Do Tempo, dia após dia...
Sou Força que me conduz
E desconheço a medida,
De toda Treva e da Luz
Que me acompanham na vida...
Não tenho eira nem beira
Eu sou Pó que meus pés pisam,
Do Cosmos sou a poeira
E Adubo pros que precisam...
Sou Visão antecipada
Do olho cego do Homem
A cada curva da Estrada,
Repasto que os chacais comem...
Eu sou Símbolo conciso
Do Concreto e do Abstrato
Sou Tormento e Paraíso,
Tudo e Nada, um entreato.
Sou Elo dessa corrente
Que começa e não tem Fim,
Sou Embrião e Semente,
Nasço, morro e vivo em mim.
Eu não sou dona de nada,
Também ninguém me possui
Se de mim sou a morada,
De alguém... serei ou já fui.
Trago o Bem e o Mal comigo
Cavalgo as Dores da Cruz
Se às vezes sou um castigo,
Noutro momento eu sou Luz...
Sou daqui, mas Longe fica
O Segredo que me explica.
Eu vim do Ventre que orbita
Nas entranhas do Lugar
De uma Harmonia infinita
Que nem tem Rei pra reinar...
Eu sou apenas um Ponto
Na vastidão desse Império
E a Grandeza que me aponto,
Não existe, é um Mistério.
SILVIA COHIN
Brasil, 14.11.2010
Meu caro amigo Rui
ResponderEliminarEstive passeando por seu blog tão bonito e rico em conteúdo. Adorei!
Muito me alegra que tenha criado os blogs que reúnem suas criações,
deixando-as disponíveis permanentemente, meus parabéns!
Agradeço muito pela publicação do poema "Meu Mistério" aqui neste sitio
de reflexão e paz. Não estaria melhor aconchegado noutro lugar!
Deixo meu abraço de agradecimento e muitos parabéns por tudo que aqui vi.
Bem haja!
Sylvia Cohin