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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

KRISHNAMURTI - CONCENTRAÇÃO






Krishnamurti – Concentração não é meditação, porque, quando há interesse, é relativamente fácil concentrar-nos em al­guma coisa. Um general, ao planejar a guerra, a carnificina, está muito concentrado. O homem de negócios que está amontoando dinheiro é muito concentrado, capaz mesmo de ser cruel, pondo de parte todos os outros sentimentos, para concentrar-se completamente naquilo que deseja. O homem que está interessado em qualquer coisa, está naturalmente, espontaneamente concentrado. Tal concentração não é meditação, é, apenas, exclusão.

Que é então meditação? Por certo, meditação é compreensão — o meditar do coração é compreensão. Como pode haver com­preensão, se há exclusão? Como pode haver compreensão, quando há rogo, súplica? No compreender há paz, há liberdade; uma coisa que compreendeis, dessa coisa estais liberto. O simples concentrar-se ou rezar não traz compreensão. A compreensão é a base mesma, o processo fundamental da meditação. Não precisais aceitar a garantia de minha palavra, pois basta examinardes a oração e a concentração, muito atenta e profundamente, para verdes que nenhuma das duas leva à compreensão. Levam apenas, à obstinação, a uma fixação, à ilusão. Ao contrário, a meditação, na qual há compreensão, há liberdade, clareza, integração.


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