Krishnamurti – Concentração
não é meditação, porque, quando há interesse, é relativamente fácil concentrar-nos
em alguma coisa. Um general, ao planejar a guerra, a carnificina, está muito
concentrado. O homem de negócios que está amontoando dinheiro é muito
concentrado, capaz mesmo de ser cruel, pondo de parte todos os outros
sentimentos, para concentrar-se completamente naquilo que deseja. O homem que
está interessado em qualquer coisa, está naturalmente, espontaneamente
concentrado. Tal concentração não é meditação, é, apenas, exclusão.
Que é então meditação? Por
certo, meditação é compreensão — o meditar do coração é compreensão. Como pode
haver compreensão, se há exclusão? Como pode haver compreensão, quando há
rogo, súplica? No compreender há paz, há liberdade; uma coisa que compreendeis,
dessa coisa estais liberto. O simples concentrar-se ou rezar não traz
compreensão. A compreensão é a base mesma, o processo fundamental da meditação.
Não precisais aceitar a garantia de minha palavra, pois basta examinardes a
oração e a concentração, muito atenta e profundamente, para verdes que nenhuma
das duas leva à compreensão. Levam apenas, à obstinação, a uma fixação, à
ilusão. Ao contrário, a meditação, na qual há compreensão, há liberdade,
clareza, integração.
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